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A propósito da perfeição

philosophie de l'évolution

“Seguindo o seu próprio interesse, os homens fazem a história e ao mesmo tempo são as ferramentas e os meios de outras coisa mais elevada e maior, que ignoram mas realizam de maneira inconsciente.” Hegel.O objectivo desta reflexão é precisamente de esclarecer essa “outra coisa mais elevada e maior” que realizamos intuitivamente. Antes de aprofundarmos mais adiante os primeiros capítulos da nossa filosofia, vamos explicitar alguns dos termos que utilizamos.

Quando escrevemos “a humanidade está destinada a atingir a sua perfeição”, não subentendemos que a nossa espécie é imperfeita durante o tempo da sua construção... simplesmente entendemos que ela ainda não atingiu o “limiar da sua perfeição”.

Trata-se aqui de um estranho paradoxo.

Efectivamente, consideramos a humanidade sempre perfeita no presente, ao mesmo tempo que é perfectível.

  • é perfeita no sentido em que não pode ser outra coisa senão o que é, e não pode ser mais evoluída do que ela é (apenas a nossa imaginação, os nossos remorsos ou os nossos desejos nos fazem acreditar o contrário).
  • E é perfectível na medida em que a humanidade se altera dia após dia e, segundo nós, progride “globalmente” dia após dia – mesmo que alguns aspectos da nossa sociedade devam por vezes regredir – e passa então a ser mais perfeita do que ontem e menos do que amanhã.

Seria então mais correcto escrever: “a humanidade está destinada a atingir a sua última perfeição”.

Monalisa do Leonardo Da Vinci

monalisaPodemos comparar a evolução da humanidade à lenta elaboração de uma obra de arte.

Imaginemos, por exemplo, que um indivíduo ignorante de tudo que diz respeito a pintura tenha estado por volta de 1503 no atelier do Leonardo da Vinci, perante os primeiros esboços da Gioconda.

O que pensaria ele frente àqueles riscos espalhados sobre a tela?

Acharia possivelmente estar a observar uns gatafunhos, umas marcas sem sentido e sem futuro nem importância.

Esse profano seria incapaz de imaginar o futuro de esse esboço. Incapaz de visualizar o resultado final, de pensar qual a verdadeira finalidade desse trabalho preliminar. Incapaz também de prever a importância que rstiria um dia, para a humanidade, o famoso retrato exposto no Louvre.

No entanto, esses gatafunhos dispersos foram fundamentais para a obra-prima. Cada risco de lápis de carvão, cada arrependimento, cada vacilação, cada “erro” e cada rectificação operados por Leonardo da Vinci foram essenciais para a criação da Gioconda.

O retrato acabado, escru Bergson, explica-se pela fisionomia do modelo, pela natureza do artista, pelas cores espalhadas no tabuleiro; mas mesmo com o conhecimento daquilo que o explica, ninguém, nem mesmo o artista, teria podido prever exactamente o que seria o retrato acabado, porque predizê-lo teria sido produzi-lo antes que ele fosse produzido, hipótese absurda que se anula por si mesmo. Assim é, para os momentos da nossa vida em que somos nós os artistas. Cada um desses momentos é uma espécie de criação. E tal como o talento do pintor se molda ou se deforma, em qualquer caso se modifica sob a própria influência das obras que ele realiza, assim cada um dos nossos estados, ao mesmo tempo que sai de nós, modifica a nossa pessoa, passando a sermos a nova forma que acabamos de nos dar.

Por outras palavras:

Cada instante, cada etapa na execução de uma obra de arte, é perfeita no presente, ao mesmo tempo que é perfectível.

DA obra humanidade

Marcel Duchamp photographieAssim como uma obra de arte precisa de um conjunto de etapas para se tornar na obra final esperada pelo seu criador, a humanidade precisou de todas as etapas passadas para se tornar no que é hoje.

Cada fase intermediária foi necessária para transformar os primatas naturais que éramos nos homens em que nos tornamos. Por exemplo, todas as fases de construção – pré-história, história, formação das cidades, dos impérios, das religiões, etc. – e todas as épocas de guerras, de paz, de terrores e de doçuras não podem ser consideradas como actos “negativos” da humanidade, como se fossem “inúteis” ou “supérfluos”. Na realidade, eram inevitáveis. Os únicos “males” que poderíamos evitar são aqueles do nosso presente e do nosso futuro.

Na realidade, assim como os “erros” e as rectificações do pintor toscano eram obrigatórios para obter a obra-prima, os “erros” da humanidade também fazem parte integrante da sua evolução até a última perfeição.

Cada instante da lenta evolução da nossa espécie é sempre perfeito – já que não pode ser diferente do que ele é no presente – ao mesmo tempo que é perfectível, já que é seguido de momentos de evolução superior.

No absoluto (ou seja, do ponto de vista da criação) não estaríamos então com mais direito de criticar a lentidão da evolução humana do que de reprovar uma criança por ela ainda não ser adulta, ou reprovar o Leonardo Da Vinci por ele não ter conseguido pintar a sua Gioconda sem passar pelas fases preparatórias.

Todavia, não estamos no absoluto mas sim na realidade.

E na realidade, a astúcia da razão está na mó de cima.

A través dela, a humanidade sente a necessidade de julgar o seu passado, mesmo se esse não podia realizar-se de outra maneira do que se realizou.
Trata-se mesmo de uma necessidade. O homem tem de criticar todas os “maus” actos do seu passado para evitar reproduzi-los. Tem de considerar o seu mundo como imperfeito tal como é, para ter a vontade de o mudar.

A insatisfação humana é um dos motores da nossa progressão. Obriga-nos a melhorar em permanência a sociedade, o que, por dedução, a dirige gradualmente para a sua última “perfeição”. Assim como um homem tem de julgar os seus “erros” passados e presentes para progredir, a humanidade tem de julgar os seus “erros” passados e presentes para evoluir para a sua última perfeição.

Desde a sua origem, este trabalho inscru-se na mesma ordem de ideias da filosofia da história.

Desde a intuição inicial “a humanidade está destinada A atingir a sua perfeição”, procuramos demonstrar o mais concretamente possível que existe um sentido na evolução humana, uma atracção dessa evolução humana por um objectivo preciso.

Segundo nós, a nossa evolução (todavia caótica e regressiva de vez em quando) leva inexoravelmente o homem para a concretização dos seus valores ideais, ou seja para o amor pelo próximo, a fraternidade, a paz universal, a igualdade, etc…

Obviamente, não nos podemos iludir.

A chave do mundo não nos será entregue. Os últimos segredos do universo não se oferecerão a nós depois de se terem recusado aos maiores pensadores e místicos. Nesta abordagem, não vamos trazer nada de irrefutável. Não vamos trazer provas concretas da presença de Deus nem do sentido da humanidade.

A nossa tentativa, como as precedentes, vai nos conduzir no melhor dos casos aos pés dos cumes inacessíveis do mundo verdadeiro, em frente a pesada porta do autêntico enigma. Esperamos simplesmente poder trazer alguns argumentos novos ás concepções teleológicas e religiosas.

A consciência da maturidade

A humanidade evolui sozinha para o seu destino, mas dmos ter a ilusão de ser nós os autores de essa evolução (ver o capítulo sobre a fatalidade)

lygia clark oeuvreCada uma das nossas quedas de bebé, cada erro de juventude, fazem de nós o adulto em que nos vamos tornar, o adulto que nós somos, ou o adulto que nós fomos.

Se a fatalidade e a contemplação são os filhos naturais do despertar absoluto, a insatisfação e a resistência são as mães naturais da evolução.

Pelos vistos, o sentimento de insatisfação até acompanhou todos os anos de aprendizagem do Leonardo da Vinci. Como todo o artista, este génio de Florença foi sem dúvida muito crítico perante ele próprio até atingir o pleno controlo da sua arte. Da mesma maneira, temos de ser muito críticos perante aquilo que imaginamos serem “erros” da humanidade. Apenas assim é que podemos melhorar o nosso presente e o nosso futuro.

De uma certa forma, a evolução da humanidade parece-se com a de um indivíduo: nascimento, infância, adolescência, idade adulta, maturidade e sabedoria parecem caracterizar as suas grandes etapas. No interior desse mecanismo, parece-me que podemos detectar outras ligações com a evolução do ser vivo.

Da mesma maneira que dominantes mais novos acabam sempre por substituir os dominantes activos, renovando assim o sistema, as sociedades novas, imergindo, tomam o lugar das civilizações mais antigas. Foi o caso para os Egípcios, os Hebraicos, os Mesopotâmicos, os Persas, os gregos, os Macedónicos, os Etruscas, os romanos, etc. Esses princípios renovadores utilizaram o cristianismo, o islamismo, a Europa recente, e a América. O mesmo sistema aplica-se obviamente ás sociedades e ás civilizações asiáticas (hinduísmo, budismo, taoísmo, zen, Índia, China, Japão, etc.).

E da mesma maneira que as transmissões de autoridade entre pai e filho se acompanham frequentemente da resistência do pai e da agressividade do filho, também as sociedades humanas evoluem frequentemente pela autoridade de uma imposta à outra. Mas assim como o filho acaba sempre por guardar do pai os melhores valores, as sociedades modificam-se, mantendo todavia o melhor das sociedades anteriores. é por isso que hoje nos permanece o melhor das sociedades egípcias (a geometria, a escrita, o principio das leis, etc.) o melhor do mundo hebreu (as leis morais, os livros sagrados, etc.) o melhor das sociedades gregas (a democracia, a filosofia, a história, etc.) e o melhor das sociedades romanas, etc. etc.

Contudo, se as novas sociedades, impondo-se às antigas, permitem ultrapassar velhas estruturas, renovar sistemas, melhorar de um certo modo a humanidade, também apresentam os defeitos da sua juventude: orgulho, egocentrismo, agressividade, gosto pela destruição, egoísmo, etc. são atitudes que fazem parte desses defeitos, bem evidentes nos dias de hoje com as novas hegemonias.

A este nível, a comparação entre a sociedade humana actual e o pintor toscano muda de dimensão.

De facto, se o Leonardo da Vinci, na altura em que criou a Gioconda, já tinha atingido um nível de consciência e de técnica suficientes para pré-visualizar o resultado da obra que estava a realizar, a humanidade essa, ainda não chegou a esse estado de percepção.

Globalmente, a nossa espécie ainda não tomou consciência do que está a elaborar.

De um ponto de vista metafórico, podíamos considerar a humanidade actual em plena crise de adolescência, descobrindo a sua verdadeira razão de viver.

Antes de alcançar, não percebemos! Trata-se de uma etapa normal da evolução da consciência, da evolução para a sabedoria.

O Leonardo da Vinci conheceu obviamente uma etapa semelhante.

Houve uma altura em que o artista toscano ignorava tudo da sua futura vocação. Um tempo em que ele ignorava que se ia tornar no artista que sabemos. Essa etapa de inconsciência também foi necessária a sua construção.

A caminho de uma nova teleologia

abc oeuvre de jean marc tonizzoProcurar analisar cientificamente a finalidade humana vai tornar-se, na minha opinião, num dos futuros grandes desafios da ciência e da filosofia.

Os filósofos já deram imensos passos para a frente nesta aspiração teleológica.

Do Kant até Hegel, do Marx até Nietzsche, muitos pensadores deram a própria vida para tentar resolver a questão do destino humano.

Desde o fim da última guerra mundial, essa reflexão parece ter sido um pouco abandonada para serem tratados assuntos que referem ao imediato, à busca da felicidade pessoal ou dos interesses políticos do contexto.

O último século “apagou as Luzes”! Aliás, virou para nós próprios os projectores que a filosofia das Luzes tinha inclinado sobre a nossa finalidade.

Evidentemente, a nova iluminação iniciada pelo Sigmund Freud sobre a nossa psicologia é uma descoberta fundamental para a evolução humana. Permite-nos perceber “quem somos”, ajuda-nos a corrigir as nossas tendências e os nossos excessos, mas não nos permite saber “para onde vamos”.

O conhecimento das obscuridades da alma humana é obviamente um esforço que d ser continuado. é essencial para a nossa futura tranquilidade aprofundar sempre mais as ciências humanas: a psicologia, a etologia, a sociologia. Paralelamente, também me parece necessário interessar-nos de novo à teleologia, a escatologia e a filosofia da história. Acho que é tempo de novo hoje, de retomar esses estudos onde os nossos maiores predecessores os deixaram.

Porquê, espiritualmente falando, a nossa espécie apareceu? Que sentido profundo rstem as suas especificidades? E que objectivo a humanidade, no seu conjunto, parece seguir? Essas são as perguntas que me parecem hoje impossíveis de evitar.

E são essas as perguntas às quais vamos tentar responder ao longo destes capítulos.
Não pretendemos apresentar aqui nenhum conceito original e inovador, nem ideias novas que teriam sido esquecidas pela grande aventura da mística e da filosofia…A maior parte das intuições, das grandes chaves da nossa finalidade, foram descobertas por inúmeros espíritos iluminados que apareceram ao longo da nossa história…

No entanto, essas chaves não são suficientemente “incontestáveis” para serem reconhecidas pela humanidade inteira como uma direcção que se d seguir. Um objectivo universal d ser previamente estudado e aprovado pela ciência; é a única maneira de ser aceite por todos. Estamos então bem longe dessa tomada de consciência universal que chegará, sem dúvida, De modo muito natural.

As pretensões da nossa visão cândida, simplista e sintética, são limitadas. Gostaríamos apenas de acrescentar algumas velas num caminho já aberto, luminoso, e traçado pelos maiores aventureiros da filosofia, da ciência e da mística. Se conseguirmos simplesmente colocar um pouco o seu trabalho sob uma luz mais transparente e permitir que surjam alguns pensamentos futuros, então a nossa intenção terá atingido o seu objecti

ano 2001

animal-homem

hindou

Les hindous pensent que l’Univers est une grande sphère close, un œuf cosmique, à l’intérieur duquel se trouvent paradis, enfers et océans concentriques, ainsi que des continents avec l’Inde en leur centre. L’entropie détermina l’histoire de l’Univers : après l’âge d’or ou Krita Yuga, suivent deux périodes intermédiaires d’affaiblissement du bien, puis apparaît le Kali Yuga (âge de fer et d’ignorance) dans lequel nous sommes actuellement. Le temps de l’Univers est cyclique : à la fin de chaque Kali Yuga, l’Univers est détruit par le feu et les inondations, puis commence un nouvel âge d’or. La vie humaine est également cyclique : après la mort, l’âme passe dans un nouveau corps, qu’il soit humain, animal, végétal ou minéral. Ce processus ininterrompu de morts et de renaissances est appelé samsara (voir Transmigration des âmes). Cette nouvelle existence est déterminée par les mérites et les erreurs accumulés, conséquence de toutes les actions commises durant les vies antérieures, ou plus généralement de ce que les hindous appellent le karma qui est un principe de la philosophie hindoue. Tous les hindous pensent que le karma résulte des actions passées. Il est possible d’en contrer les effets par des rituels, des pratiques expiatoires, d’en sortir grâce à l’expérience de la sanction et de la récompense, mais surtout par la libération (moksha) du processus global de samsara, qui s’obtient par le renoncement à tous les désirs mondains.

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