Do animal ao homem
Estudo do comportamento do homem
consciência, pulsões e interditos« O homem é um animal razoável. » Aristóteles
A humanidade está destinada a atingir a sua perfeição
Física e psiquicamente, o homem está constituído para agir. Todas as actividades humanas estão orientadas para uma primeira
finalidade: adaptar cada vez melhor a espécie ao seu mundo. O
aparecimento da espécie humana no coração
do fenómeno vida inscr-se na SUBIDA progrèssiva do SER
VIVO PARA UM espÃrito superior. Depois de se ter dissociado
dos outros primatas, a espécie humana desenvolveu algumas qualidades físicas: perda da pilosidade, posição em pé, destreza, aumento
do volume cerebral, e algumas qualidades psíquicas: desenvolvimento
da linguagem, da razão, da vontade, da consciência, da moral, etc. Todas as nossas especificidades psíquicas evoluíram a partir de caracteres que o primata natural já apresentava. O
aparecimento da espécie humana no coração
do fenómeno vida inscr-se na SUBIDA progrèssiva do SER
VIVO PARA UM espÃrito superior. A inteligência, a afectividade, a memoria, a vontade, a consciência ou a razão, também
se encontram nos nossos primos, os macacos. Até os nossos interditos morais declinam de interditos já presentes na natureza.
De facto, um género de « moral INSTITIVA » rege a vida animal e reduz a violência à sua « mínima
necessidade possível ». Um instinto, por exemplo, obriga
o dominante a cessar qualquer tipo violência quando o subordinado
demonstra submissão. O homem converteu essa « moral
instintiva » em leis e em éticas: « Não se bate num homem caído »; « é proibido
abusar da sua força, do seu poder ou abusar pessoas vulneráveis », etc. Os progressos das nossas faculdades psíquicas actuam
sobre vários aspectos da humanidade: 1/ As nossas qualidades intelectuais e analíticas adaptam cada
vez melhor o homem ao seu meio ambiente.
2/ As nossas qualidades morais e éticas permitem-nos controlar
cada vez melhor algumas das nossas pulsões e tendências naturais incompatíveis com os valores humanos (atitude de predador, agressividade, dominação, etc.).
3/ As nossas qualidades afectivas e psicológicas permitem melhorar
constantemente a nossa relação com outrem e com nos
próprios. Obviamente, todas essas faculdades psíquicas evoluem em permanência. Interagem entre elas e trabalham
em silêncio para um objectivo superior: a perfeição
humana final. Neste capitulo, vamos estudar as faculdades que permitem
ao homem controlar cada vez melhor o seu comportamento.
O domínio
dos comportamentos
De todos os primatas, apenas o ser humano é capaz
de purificar os seus instintos em acções criativas,
ou de impor a si próprio os rigores do ascetismo para
atingir o êxtase místic Contrariamente aos outros macacos, o homem adquiriu os meios de dominar PLENAMENTe as suas tendências, como no caso do asceta por exemplo. A nossa espécie d
em grande parte esta proeza à emergência das suas novas capacidades cerebrais. Verbalização,
raciocínio, conceitualização, memorização, tomada de consciência, moralização
e vontade, são algumas dessas novas capacidades. Com estas qualidades psíquicas, a humanidade desenvolveu
um sistema de interditos sofisticados: TABUS, morais, leis, éticas. Esses interditos culturaIs reduzem progressivamente a influência de algumas das nossas tendências naturais, como a de nos afirmar em detrimento de outrem. «
A afirmação animal em detrimento dos seus semelhantes » torna-se, na humanidade, no abuso de outrem. Roubo, violência, guerra, escravidão, racismo, etc. são alguns desses abusos.
Esses actos primários resultam de certos instintos primatas como a atitude de predador, a agressividade, o egocentrismo, a dominação. Evoluindo de animal para homem, os instintos tornaram-se « tendências ». Tornando-se tendências,
os « ABUSOS DE OUTREM » entraram
na esfera da consciência. Tornaram-se então mais fáceis de corrigir, de controlar, e então de eliminar. A educação, a consciência, a pressão social, a escolha dos valores de uma sociedade, podem influir nesses tendências, o que não é o caso do instinto presente nos primatas. Se, como nós pensamos, um dos objectivos da humanidade é de conseguir controlar perfeitamente o seu comportamento, podemos
perceber o interesse que havia para a nossa espécie de evoluir de macaco para homem. Paralelamente a esse trabalho de esmagamento
progressivo das pulsões abusadoras, a humanidade estimula AS tendências SOCIAS e pOSITIVAS: Amizade, amor, afecto, reconciliação, consolo, mediação, partilha, reciprocidade, piedade e altruísmo, também tem a sua origem no nosso passado
de primata natural e o homem transcende-os. Em resumo: Numa primeira etapa, a nossa espécie – dotando-se da linguagem, da memória, da consciência, da vontade – conseguiu dominar a gestão progressiva das suas pulsões. Depois,
graças sobretudo à s religiões, o homem
começou a comprimir essas pulsões agressivas e abusadoras e a valorizar pelo contrário as tendências fraternais e pacíficas. E finalmente, este mecanismo orienta a nossa
espécie para
a « gestão perfeita das suas pulsões ».
crueldade
|