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Descompressão regressão

valores humanos e valores do mercado

jean marc tonizzoQualquer evolução se acompanha naturalmente por fases de regressão

« Progredireinda melhor se me autorizarem à regredir. » Bruno Bettelheim

A pesar do mundo andar cada vez melhor, como tentamos demonstrar neste site, a humanidade sofre fases pontuais de retrocesso e testemunha terríveis regressões. A violência e a monstruosidade desses períodos até conseguem esvaziar temporariamente a humanidade de qualquer sentido.

Qualquer evolução se acompanha naturalmente por fases de regressão, de recuo, de estagnação, de aceleração, ou, mais precisamente, momentos que são interpretados dessa maneira.

Na realidade, esses episódios são necessários para a evolução. São parte dos elementos que constituem essa evolução, como por exemplo a crise de adolescência é um elemento constitutivo do desenvolvimento da personalidade adulta.

A maior parte das vezes, esses intervalos regressivos respondem à uma necessidade da sociedade.

a/ Podem surgir após uma penúria de diálogo e de diplomacia, após uma acumulação de surdez aos outros, como é frequentemente o caso em relação ao desencadeamento de conflitos e de guerras.
b/ Após uma acumulação de frustração e de injustiça, como é o caso em relação ás revoltas e ás revoluções.
c/ Após a tentativa de impor valores demasiado vanguardistas (a igualdade para o comunismo, a partilha para as tentativas idealistas, etc.)
d/ Após um regresso a dominações primárias (oligarquia, autocracia, ditatura).
e/ Também podemos encontrar momentos de regressão nas etapas de transição entre dois tipos de funcionamento: passagem do religioso ao laico, do nacional ao continental, etc.

Hoje, muitos entre nós, particularmente na esfera ocidental, têm o sentimento legítimo de estar inseridos num desses períodos de regressão.

A regressão actual é sem dúvida efectiva,
todavia, é pontual e faz sentido.


Resulta das grandes mudanças que a humanidade tem de operar nas suas últimas fases de unificação e de ajuntamento.

A aventura humana

« A globalização é um novo rosto da aventura humana. » Jacques Chirac

Se observamos a grande aventura da evolução humana de maneira global e alargada, podemos facilmente decifrar um mecanismo progrèssivo de unificação.

De facto, depois de ter colonizado a maior parte dos espaços terrestres, os homens parecem ter iniciado, há algumas dezenas de milénios, um vasto movimento de agrupamento, um género de reunificação para um funcionamento comum e universal.

A armadura material da nossa universalização já foi concebida pelo homem.

Trata-se da ONU, cujos diversos departamentos abrangem o conjunto das actividades humanas: banco, educação, agricultura, transporte, ciências, cultura, energia, património artístico, organização mundial do comércio, tribunal penal internacional, etc.

Essa universalização gradual dos funcionamentos técnicos, políticos, jurídicos e sociais, acompanha-se da laicização progressiva dos mesmos.

Por outras palavras, ao mesmo tempo que tem de gerir a passagem do nacional ao continental (dos países europeus à União Europeia, ou dos países africanos à União Africana, por exemplo) a nossa época também tem de acabar de levar as diversas morais religiosas até uma esfera laica. O objectivo dessa laicização das morais é de fazer emergir um direito humano universal e uma ética universal conveniente ao conjunto das comunidades.

Sob a lei do mercado

Qualquer mudança de organização, de regime, de estruturas, provoca riscos inesperados, quantidade de problemas imprevistos e de obstáculos inopinados.

Frequentemente também, a evolução humana acontece de maneira intuitiva.

Ninguém sugeriu ao mundo GRego de agrupar aldeias para chegar a um funcionamento em CIDADES, nem de reagrupar as cidades para formar um PAÍS…

Essa universalização progressiva aconteceu sozinha, movida pelas forças da intuição humana, e, segundo nós, por um plano determinado da natureza (para citar a formulação de Kant).

Em todas as épocas e ainda hoje, a evolução progrèssiva para a nossa unificação desenvolveu-se de maneira inconsciente. Desenvolvendo-se de maneira inconsciente, não pôde evitar os excessos.

Uma « inteira consciência do nosso destino comum » teria mostrado às religiões o interesse de se associar entre elas para ajudar no bom desenvolvimento da globalização. Em vez disso, a inconsciência mant as religiões num estado de hostilidade, de competição, e finalmente de impotência perante os estragos produzidos pelo mercado nas áreas educativa, ecológica e espiritual.

Uma « inteira consciência do nosso destino comum » teria mostrado ao mundo INTELECTUAL, MEDIÁTICO e POLÍTICO a importância da sua independência em relação a um mercado instintivamente corruptor, para poder criticá-lo, denunciar os seus abusos, e assim, permitir ao mercado evoluir. Em vez disso, a inconsciência, fora algumas excepções, permitiu que esses mundos (intelectual, mediático e politico) caíssem nas mãos desse mercado ofensivo.

Só que a caminhada humana para a unidade não se incomoda com nenhum obstáculo, contorna as barragens ou pisa-as para poder avançar.

a/ Quando as religiões são incapazes de se unificar para acabar por unificar a humanidade à volta de valores superiores, o mecanismo faz lhes perder influência para beneficiar vendedores capazes de coligar a humanidade sobre valores mercantis e ls – a moda, o prazer, etc.
b/ Quando os JORNALISTAS, por cumplicidade, conivência, medo, corrupção, nepotismo ou ostentação, já não conseguem fazer o seu papel de protector do povo e de democracia, os artistas e os cidadãos são obrigados a substitui-los – já é o caso com a Internet, os blogues, as emissões televisivas de cidadãos, etc.
Quando a evolução não pode passar pela consciência, utiliza a inconsciência.

Uma evolução sem consciência pode prejudicar todos os níveis da sociedade.

a/ Quando um POLÍTICO aceita cometer fraudes, prende correntes a volta dos próprios tornozelos até ao resto da sua vida.
b/ Quando os dominantES, sujeitados ao seu próprio narcisismo, eliminam autoritariamente ou insidiosamente as críticas e os contra-poderes para gozar de um estatuto « todo-poderoso », acabam sempre por pagar o preço alto desse estatuto.
c/ Quando um JORNALISTA prefere o conforto, o poder, o luxo e a manipulação do que a sua ética, tem de sofrer da sua má imagem mesmo que tente dissimulá-la sob a má fé.
d/ De cada vez que um pensador vira a cabeça para o lado perante o sofrimento do povo, prejudica a sua própria consciência e a sua posteridade.

A vida, pelo jogo da boa e Mà consciência, do REMORSO, da CULPABILIDADE, dos ARREPENDIMENTOS e do sentimento de ter agido da maneira certa, indica-nos exactamente qual o melhor caminho à seguir, e faz-nos sentir, sempre que não entendemos a sua linguagem.

A crise actual da sociedade explica-se porque o sistema DE VALORES, gerido outrora pelo espiritual, está agora nas mãos do mercado.

Porém, os novos valores propostos pelo mercado não passam de pulsões primárias ligadas às nossas origens primatas. Trata-se da competição feroz, da agressividade, da compulsividade, do narcisismo, da atitude de clã, etc. Tratam-se então de « valores » regressivos.

A humanidade tem de seguir assim valores regressivos, que são incapazes de fazer sentido na vida do homem.

Se o mercado e o seu sistema primário e predador se impuseram ao mundo, é porque representam actualmente a única oportunidade.

O espírito global da humanidade ainda não é capaz de adoptar um sistema consciente, simbiótico, benéfico para todos os povos, países e continentes.

Ao mesmo tempo, o absurdo trazido por esse sistema predador, perturba cada vez mais a nossa consciência, e os seus comportamentos compulsivos federam a crítica e obrigam a humanidade a unificar-se.

an 2001

dualismo

Ciceron, philosophe et empereur Romain

: Au reste, cette querelle ne vous sera point inutile ; le plus souvent la république prend une nouvelle force de ces inimitiés particulières où chaque citoyen est forcé de se montrer tel qu'il est.
Ciceron
La querelle de Salluste et

Biographie de Cicéron