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Do presente natural ao presente amor

Filosofia da história e destino humano

Beneton Baiser entre une none en cornette et un pretreRenunciemos a ideia sedutora de uma evolução indefinida. O homem permanecerá o supremo sucesso da vida. J. Rostand

A humanidade está destinada a atingir a sua perfeição. Perante tantas violências e tantos comportamentos genocidários, o homem sensível com afectividade abalada imagina que o mundo está envolto no absurdo e no caos, e que a humanidade está irremediavelmente destinada ao seu próprio desastre.

Este trabalho procura precisamente demonstrar o contrário. O objectivo é esclarecer, além da agressividade pueril dos nossos sentimentos primários, a atracção natural e irresistível da nossa espécie pelo seu limiar intransponível de perfeição.

éramos primatas naturais, somos homens construtores, vamos ser humanos realizados, aqui está o tríptico de base sobre o qual se vapoiar a nossa teoria.

Há quem considere a existência dos macacos de grande tamanho (gorilas, chimpanzés, orangotangos, bonobos) mais invejável por certos aspectos, do que a existência humana.

Os nossos primos primatas naturais parecem efectivamente despreocupados, livres, amigáveis, respeitosos para com o seu meio ambiente, despojados de perversão e incapazes de imaginar a guerra.

é verdade que o homem sabe mostrar-se por vezes bem mais “selvagem” do que qualquer bicho. Está frequentemente muito longe do homo sapiens (o homem ajuizado e razoável) que diz ser.

Devido a esse aspecto detestável, há quem encare o aparecimento do homem como um “acidente”, um “erro da natureza”.

Filosofia da felicidade e do amor

Do homem

Raphael madoneObviamente, não partilhamos esse ponto de vista.

Segundo nós, pelo contrário, a existência dos nossos primos macacos não é assim tão desejável.

Estão submetidos a toda a hora aos caprichos dos seus instintos, da natureza, dos dominantes e dos predadores e parecem incapazes de se questionar sobre o sentido da sua presença no mundo.

Pelo contrário, a humanidade, quando saiu do reino da natureza, conseguiu ultrapassar essas limitações naturais.

O aparecimento recente do homem na grande cadeia evolutiva da vida tem então um primeiro sentido: fazer evoluir o ser vivo fora das obrigações da natureza.

Mas as novidades trazidas pelo homem não se limitam a isso. Incluem enriquecimentos bem mais elevados, bem mais nobres e mais espirituais.

A evolução para o espiritual, o extâse

para o “amor absoluto”

Le martyr de San SebastianPor causa daquilo a que chamamos o “mal”

Efectivamente, a nossa espécie não só melhora o seu comportamento, o seu meio ambiente e o seu questionamento como o conjunto desses progressos singulares orienta, segundo nós, a humanidade para uma finalidade particular, para a sabedoria suprema, por outras palavras, em direcção ao que chamamos “o beatismo, o extâse”.

Essa evolução da nossa espécie para o “amor absoluto” é difícil de entrevar por causa daquilo a que chamamos o “mal”.

Efectivamente, para evoluir para o SOBERANO BEM, a nossa espécie precisa desse valor oposto.

Até que a humanidade consiga chegar ao “humano realizado”, o mal será então um dos instrumentos da sua evolução.

A necessidade do mal

Essevalor negativo, resulta do conflito entre os nossos desejos de exprimir certas pulsões e a moral que os condena.

Todo o ser humano tem pulsões.

  • Segundo os maiores valores humanos, certas pulsões são consideradas como positivas, é o caso do amor, da amizade, da entreajuda, do amor filial, etc.
  • Outras pulsões são consideradas como negativas: desejo de dominação, tendências agressivas, atitude predadora, gosto pela tesaurização dos privilégios, etc.

Em resumo

A humanidade extraiu-se da natureza para ultrapassar certas obrigações. Agora tem de lidar com as exigências do seu meio ambiente, libertar-se dos excessos ligados ao seu comportamento e resolver os seus questionamentos.

O controlo do meio ambiente, do comportamento e do questionamento, são os três trabalhos que o homem d cumprir para atingir a sua perfeição.

A perfeição, tal como nós a concebemos, é um estado de sabedoria e de despertar místico. é a santidade, o extâse, o nirvana, abordados pelo hinduísmo, o budismo, o judaísmo, o cristianismo, o islamismo e a maioria dos filósofos.

Porquê a espécie humana

Quando éramos primatas naturais

jim morisson photo portraita cultura, a civilização e ao progrèsso

As interrogações sobre o destino da evolução nunca se afastou do seu esforço; constantemente, elevou-se grau após grau para chegar ao homem. Os seus passos passados são garantias do destino. A. Vendel

Quando éramos “primatas naturais”, o nosso espírito vivia fora do tempo tal como o conhecemos hoje. O nosso espírito estava mergulhado – como está hoje os dos primatas naturais – numa espécie de inconsciência e de atitudes imediatas.

Gradualmente, a nossa espécie adquiriu a noção do tempo e das faculdades que lhe são ligadas, como projectar-se conscientemente para o passado e para o futuro.

Ao mesmo tempo, a humanidade adquiriu a capacidade de acumular o seu saber e de o transmitir, e a capacidade de julgar os seus actos para poder controlá-los melhor.

O conjunto dessas novas “aquisições” abriu-nos o acesso a cultura, a civilização e ao progrèsso.

Moldados por essas ferramentas culturais, alguns traços rígidos da nossa atitude primata (agressividade, egocentrismo, espírito de clã, dominação/submissão, etc.) diminuem pouco a pouco e deixam lugar à condutas mais pacíficas, criativas, sociais e espirituais.

Pensamos que, a termo, a cultura, a técnica e a educação conseguirão libertar o homem das contingências da natureza, das pulsões agressivas e das angústiaS ligadas às perguntas sem respostas.

Por outras palavras, o progrèsso, a termo, da conseguir libertar o homem de todos os seus tORMENTOS.

Então, quando a humanidade terá conseguido controlar o seu meio ambiente, o seu questionamento e o seu comportamento, ela terá atingido a paz, a serenidade e a desinquietação.

Esse estado de paz, de serenidade e de despreocupação é bem conhecido dos filósofos e dos místicos. Podem chamar-lhe beatismo, nirvana, felicidade supréma, ATARAXIA, alegria ou extâse. é considerado como um estado de plena presença no mundo. Para a religião como para a maior parte da filosofia, representa o mais alto nível de evolução do espírito.

Assim é a perfeição para a qual se dirige, segundo pensamos, a humanidade.

Regresso ao imediato

A perfeição

brueghelo imediato psíquico vivido pelo primata natural e o imediato psíquico vivido pelo extático

A perfeição para a qual a humanidade se dirige corresponde então, segundo nós, a uma evolução para um estado de imediatismo psíquico.

Por outras palavras, o espírito do beato mergulha num presente absoluto. Está libertado do “tempo cultural”, do relógio que utiliza o homem “comum” para elaborar o mundo.

Paradoxalmente, esse estado de imediatismo psíquico também corresponderia a um estado de espírito do primata natural, ou seja ao estado de espírito das nossas origens.

Tratar-se-ia então dum género de regresso ao imediatismo das nossas origens naturais.

Todavia, existe uma grande diferença entre o imediato psíquico vivido pelo primata natural e o imediato psíquico vivido pelo extático.

De facto, entre essas duas formas de imediatismo, o das nossas origens e o do nosso futuro, a humanidade despojou-se de tudo aquilo que impede o nosso primo macaco, cujo espírito mergulha no entanto no imediato, de ter acesso ao beatismo: a humanidade livrou-se das suas pulsões agressivas, dos seus perigos e dos seus questionamentos.

indice

nietzsche peint par edward Munch

O esforço dos filósofos aponta para a compreensão daquilo que os contemporâneos se CONTENTAM em viver. Nietzsche